Jazz como os jazzistas


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Cursando o “Master of Music in Jazz Studies” na University of South Florida, o pianista brasileiro Adolfo Mendonça ressalta a importância de conhecer o estilo a fundo


O pianista brasileiro Adolfo Mendonça formou-se em Educação Musical pela Universidade Federal de São Carlos e em piano clássico pelo Conservatório Ivanildo Rebouças, além de ter realizado o curso de piano popular no Centro Tom Jobim e estudado com Roberto Sion, Arrigo Barnabé e Proveta, dentre outros. Dedicou a maior parte de sua carreira ao ensino de música popular e jazz e é professor licenciado do “Conservatório Municipal de Guarulhos”.

Adolfo Mendonça

Mendonça está concluindo o programa Master of Music in Jazz Studies da University of South Florida, onde conquistou três diferentes bolsas, e vem estudando com Chuck Owen, Jack Wilkins, Mark Taylor and Chris Rottmayer, além de ter feito aulas com Lynne Arriale, Per Danielsson e um intensivo de jazz na New York Jazz Academy. Especialista na linguagem, no estilo e nas tradições de diversos períodos do jazz, se apresentou recentemente no festival Jazz à Vienne (França), assim como no Santos Jazz Festival e realizou masterclasses em alguns dos melhores programas de ensino de música do Brasil, como a escola da música da Unesp, Conservatório Souza Lima, Faculdade Santa Marcelina e Escola de Música do Estado de São Paulo (EMESP).

Sua agenda de eventos para 2020 inclui diversas apresentações nos Estados Unidos – Timucua White House (Orlando), Studio 620 (Tampa), University of Wisconsin (Madison), St Pete College (St. Petersburg) e St. Pete Jazz Festival 2020. O ano se iniciou com o show The History of Jazz, em que – ao lado de Maurício Fernandes (sax), Elizeu Custódio (baixo), Alexandre Faccas (bateria) e Luiz Oliveira (guitarra) – apresenta uma performance cronológica com os mais respeitados clássicos do jazz: “Donna Lee” (Charlie Parker), “A Night in Tunisia” (Dizzy Gillespie), “So What” (Miles Davis), “Spain” (Chick Corea), “Teen Town” (Weather Report), “Third Wind” (Pat Metheny) e outros, cobrindo diversos estilos e mais de 50 anos de produção musical do jazz norte-americano.

Conversamos com o músico logo após sua chegada ao Brasil. Confira!


Como foi sua formação musical?

Minha formação foi muito irregular, mas muito diversificada. Fiz muitos cursos diferentes e frequentemente havia um hiato entre um e outro. Comecei a tocar teclado aos 10 anos, em 1993, e a estudar por conta própria quando a escola fechou dois anos depois. Só em 1998, aos 16 anos, eu encostaria num piano pela primeira vez. Talvez isso tenha me influenciado um pouco, pois meus dedos são pequenos e por muitos anos tive mais facilidade com os teclados do que com o piano. A partir de então, estudei tanto o jazz quanto a música erudita, com professores e em escolas como o Centro Tom Jobim e o Conservatório de Cubatão. Após concluir minha licenciatura em Educação Musical pela UFSCAR, fui aprovado no mestrado em jazz performance da University of South Florida, onde estudo hoje. Além das instituições que citei, em todo esse tempo tive aulas com vários professores particulares, tanto no Brasil quanto nos meus 2 anos nos Estados Unidos.

Quando se decidiu por se dedicar ao jazz? Por quê?

Em meu primeiro contato com o piano (aos 16 anos, em 1998) com meu professor Jaime Augusto, músico de jazz, o ouvi tocando muitas vezes, conheci os standards e aprendi algumas músicas. No entanto, em minha cidade (Santos), pouco espaço existia para o jazz, e os músicos profissionais estavam todos na área do pop. Conforme fui evoluindo musicalmente e conseguindo respostas para minhas dúvidas, elas foram aos poucos se encaminhando para o jazz. Cheguei a um ponto em que senti que não haveria mais qualquer possibilidade de eu evoluir como músico se não fosse estudando jazz… E eu acho que estava certo. Minha percepção, hoje, é de que o jazz proporciona inúmeros benefícios ao desenvolvimento do músico, mesmo que ele vá tocar outros estilos de música. Na cidade em que estou nos Estados Unidos, me consideram excelente tocando música brasileira, mas, na verdade, traduzo elementos que estudei no jazz dentro da música brasileira, como a articulação, os caminhos melódicos, a liberdade rítmica, o diálogo entre os instrumentos etc. É um estilo musical fantástico, ao qual todos nós deveríamos prestar muita atenção. Além disso, as tradições do jazz são de grande profundidade. Estudar jazz pode beneficiar todo e qualquer músico, mesmo os que não queiram tocar jazz.

Ainda hoje é imprescindível estudar fora do Brasil para se dedicar ao estilo? Por quê?


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