Pink Floyd e “Comfortably Numb”


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Um dos maiores clássicos do Pink Floyd, “Comfortably Numb” é faixa do álbum conceitual The Wall e resultado de uma das inúmeras discussões entre Roger Waters e David Gilmour


O Pink Floyd, com sonoridade lisérgica e letras contundentes, firmou seu nome na história da música graças a álbuns como The Dark Side Of The Moon e The Wall. Foi na Regent School of Architecture que os músicos Roger Waters (baixo), Nick Mason (bateria), Bob Close (guitarra) e Richard Wright (teclados) se encontraram e formaram uma banda. Inicialmente, a proposta era um grupo de rhythm & blues, mas, alguns meses mais tarde, com a substituição de Close por Syd Barret, o estilo se modificou e a banda se transformou no lendário Pink Floyd.

Rick Wright

A sonoridade do grupo era única e a utilização dos teclados contribuiu muito para isso, pois, enquanto a maior parte das bandas da época utilizava o órgão Vox Continental, Wright usava um modelo Farfisa, diferenciando-se dos demais. Antes mesmo de o termo ser divulgado pela mídia, o Pink Floyd foi uma das primeiras bandas “psicodélicas” inglesas: em 1966, o grupo passou a se apresentar no clube Londrino UFO, templo da psicodelia.

No ano de 1967, o Pink Floyd entrou em estúdio pela primeira vez, para o registro de uma demo, o que rendeu um contrato com a EMI. No início de agosto do mesmo ano, gravaram o primeiro álbum, The Piper At The Gates Of Dawn, que chegou ao sexto lugar nas paradas do Reino Unido e entre os vinte LPs mais vendidos durante sete semanas. Ali está registrada, também, outra marca do Pink Floyd: o som “espacial” idealizado por Wright e materializado em músicas instrumentais como “Astronomy Domine” e “Interstellar Overdrive”.

Em 29 de junho de 1968, foi lançado A Saucerful Of Secrets, o segundo álbum da banda. Este é considerado um disco de transição, pois três faixas foram gravadas por Barret, que por conta de seu envolvimento com drogas deixou o grupo, e as outras quatro por David Gilmour. No mesmo ano, o Pink Floyd lançou sua primeira trilha sonora para o cinema, Tonite Let’s All Make Love In London. A trilha de More, do cineasta holandês Barbet Schroeder, também composta pela banda, foi lançada em julho de 1969.

As performances ao vivo sempre fizeram crescer imensamente o número de fãs do grupo por toda a Europa e a América do Norte. Por conta disso, o disco seguinte, o álbum duplo Ummagumma, lançado em 25 de outubro de 1969, traz o registro desses shows ao lado de faixas gravadas em estúdio.

Em janeiro do ano seguinte, o Pink Floyd foi responsável pela música do filme Zabrieskie Point, e, em outubro, lançou o álbum Atom Heart Mother, que rendeu uma turnê. Esse disco conceitual, baseado em uma história pseudocientífica, chegou ao primeiro lugar nas paradas.


Sucesso

A primeira retrospectiva da banda, Relics, foi lançada em maio de 1971. O disco reunia faixas tiradas de compactos e álbuns, além de algumas registradas pela primeira vez. O projeto seguinte com músicas inéditas, intitulado Meddle, saiu em novembro de 1971. Nele, estava a composição eletrônica “Echoes”, precursora do clássico The Dark Side Of The Moon, de 1973.

A concepção da faixa partiu de uma ideia inicial de Wright, quando tocava piano amplificado por uma caixa Leslie. Antes desse lendário álbum, porém, o Pink Floyd lançou a trilha sonora Obscured By Clouds, em junho de 1972, e foi com ele que a banda se tornou popular nos Estados Unidos ao entrar na programação das rádios americanas. Ainda em 1972, é lançado o filme Pink Floyd Live At The Pompeii, dirigido por Adrien Maben. A fita apresenta a banda tocando em um anfiteatro em Pompéia, Itália, nas proximidades do vulcão Vesúvio.

O grande fenômeno The Dark Side Of TheMoon, lançado em março de 1973, manteve-se por dois anos nas paradas inglesas e por mais de sete nas americanas. Gravado nos estúdios Abbey Road, traz algumas das melhores canções da banda, como “Time”, “Money”, “Us And Them” e “Great Gig In The Sky” entre outras. Além da grande quantidade de equipamentos utilizados no disco, vale a pena salientar as experimentações feitas com o sintetizador VCS-3 que resultaram, por exemplo, em músicas como “On The Run”.

Em 1974, além dos projetos paralelos de cada músico, também foi lançado A Nice Pair. Em janeiro do ano seguinte, foi a vez de Wish You Were Here, também gravado nos estúdios Abbey Road. Os álbuns provocaram certa decepção por causa da grande expectativa natural criada por The Dark Side Of The Moon. Em resposta, um porco gigante de gás hélio anunciou a chegada de Animals às lojas, em janeiro de 1977. São desse álbum clássicos como “Pigs” e “Dogs”. No ano seguinte, o tecladista Richard Wright, lançou seu primeiro disco-solo, Wet Dreams, em que, além de gravar as partes de teclado, também foi responsável pela produção.

Apesar de inúmeros rumores sobre a possível separação da banda, foi lançado outro grande clássico no fim de 1979: The Wall. Trata-se de um disco conceitual, libelo contra as restrições à liberdade, o que incluía uma censura ao sistema de ensino britânico. Seus idealizadores foram Roger Waters e o produtor Bob Ezrin. Fazem parte do álbum músicas como “Another Brick On The Wall” (talvez o maior hit da banda em todos os tempos) e “Comfortably Numb”.

Em contrapartida, com a explosão do punk rock na época, que tinha uma produção mais simples e barata, a estrutura do show do Pink Floyd era tão cara e complexa que só pôde ser levada a três cidades: Londres, Nova York e Los Angeles. The Wall ainda teria outros descendentes: em 1982 foi lançado o filme fruto desse disco, dirigido por Alan Parker, e, em 1990, The Wall Live In Berlin, que, na verdade, está mais para um projeto-solo de Waters do que um disco da banda.

Em 1983, com inúmeros problemas de relacionamento (tantos que Rick Wright foi demitido e depois recontratado, aparecendo nos créditos do álbum como tecladista, juntamente com outros músicos como Jon Carin, que, desde então, auxilia o trabalho da banda), o Pink Floyd lançou The Final Cut, o último disco de Waters como integrante do Pink Floyd.



Após muitas brigas e um processo judicial, Gilmor, Mason e Wright ganharam o direito de usar a marca Pink Floyd, e Waters saiu em carreira solo. Em seguida, a banda lançou os álbuns A Momentary Lapse Of Reason, de 1987, Delicate Sound Of Thunder, de 1988, Shine On, de 1993, The Division Bell, de 1994, e Pulse, de 1995.


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