Quem está assistindo a quem?


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Como a Internet inverteu o óbvio ao empoderar músicos e artistas, que agora assistem seus fãs, e não o contrário

“Música na Internet” já quase virou pleonasmo, afinal está cada dia mais raro ouvir alguma música que não esteja na Internet. Mas, para dinossauros que, como eu, aprenderam a ouvir músicas com cassetes e vinis, isso ainda é chocante. Me lembro que “apenas há alguns dias atrás”, até meados da década de 1990, não havia nem mesmo muitas pessoas acessando a Internet, dirá ouvindo música ali. Talvez uns 5% dos brasileiros, principalmente homens, ricos, e meio nerds, possuíam e acessavam a Internet com um computador.

Em pouco mais de 5 anos (1994-1999), essa realidade mudou drasticamente e uma das primeiras indústrias mais afetadas por essa revolução, sem dúvida, foi a fonográfica. Afinal, a revolução online foi musical. No início dos anos 2000, quase todo mundo que gostava de música estava no Napster e falando que nem nerd sobre mp3, downloads e kbytes. Quem acessa a internet diariamente para ouvir suas músicas prediletas talvez não se lembre (ou nunca tenha ouvido falar) sobre o “Napster”, mas esse cara estremeceu os pilares da indústria como nunca antes. Mas não nos adiantemos aos fatos, afinal, antes do Napster, muita coisa já tinha rolado.

David Bowie

Em 1994, o The New York Times (NYT) já declarava que a Internet era “a ferramenta de publicidade mais eficaz na indústria da música desde a invenção do comunicado à imprensa”, enquanto informava que “quase todas as grandes e muitas gravadoras independentes possuíam seu próprio site, onde forneciam informações aos fãs sobre bandas e onde artistas pop interagiam com os fãs em tempo real. “ Nesta época, vários grupos musicais foram pioneiros na tentativa de revolucionar a mídia publicando principalmente online. Em 1994, Aerosmith e David Bowie anunciaram quase ao mesmo tempo que lançariam uma nova música e a postariam online para download.

Pioneiros

Mas eles não foram os primeiros. Naquela época, 75 músicas já estavam disponíveis exclusivamente na Internet por meio do serviço Internet Underground Music Archive. Os Rolling Stones deram um passo além ao lançar um webcast ao vivo de sua apresentação no Cotton Bowl em Dallas, em novembro de 1994, tornando-se a “segunda banda de rock” a ser assistida em tempo real por milhões de computadores. Afinal, algumas pessoas estavam à frente deles: a Severe Tire Damage foi a primeira banda a se apresentar ao vivo na Internet. Sim, um grupo de músicos amadores formado pela equipe do Xerox PARC, um dos principais centros de pesquisa de TI de sua época, acabou por ser mais experiente no campo das tecnologias de rede e “roubou” esses momentos gloriosos dos Stones, transmitindo suas apresentações improvisadas diretamente do escritório do Xerox PARC em Palo Alto, Califórnia, antes e depois do show.

Tudo começou quando, em 24 de junho de 1993, a banda fazia um show no Xerox PARC enquanto, em outro lugar no prédio, os cientistas discutiam uma nova tecnologia (o MBone) para transmissão na Internet usando live-streaming (conhecido como multicast na época). Como prova de sua tecnologia, a banda foi transmitida e pode ser vista ao vivo na Austrália e em outros lugares. Na sexta-feira, 18 de novembro de 1994, os Rolling Stones decidiram transmitir uma de suas turnês pela Internet. Antes de sua transmissão, Severe Tire Damage voltou à Internet, desta vez para fazer “a abertura” dos Stones.

A imprensa mundial inteira estava assistindo desta vez, e Severe Tire Damage foi elevado da obscuridade à fama em um piscar de olhos. Em 1997, o renomado inovador digital Prince lançou o álbum completo Crystal Ball na Internet. Um ano depois, David Bowie lançava o site Bowienet, que, entre outras coisas, oferecia serviços de assinatura e um endereço de e-mail. Pessoas como Prince e David Bowie foram certamente alguns dos primeiros inovadores. Pela primeira vez desde que a mídia lhes dera poder, eles começavam a assistir seus fãs, e não o contrário… (Leia todo o artigo na edição 89 da revista digital Teclas & Afins).

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Jobert Gaigher

Músico, compositor, educador musical, produtor cultural, blogueiro e consultor de marketing para os mercados de áudio e música, é especialista da linha NORD no Brasil desde 2008. Entre os anos de 2001 a 2003 foi gerente técnico da Quanta Service, e então mudou-se para Londres, participando de várias gravações em estúdio e performances ao vivo em festivais e eventos no Reino Unido, Espanha e Itália. Em 2008 retornou ao Brasil, quando idealizou e passou a coordenar o Sistema e-SOM para a Quanta Educacional, sistema multimídia para aulas de educação musical que foi pré-qualificado pelo MEC e incluso no Guia Nacional de Tecnologias Educacionais. www.jobert.info

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