A banda de rock progressivo Triumvirat e “A Day In A Life”


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Triumvirat Old Loves Die HardTour de force para pianistas, “A Day In A Life” faz parte do álbum Old Loves Die Hard, o quarto da banda alemã de rock progressivo Triumvirat.

Formada em 1969 na cidade de Colônia, na Alemanha, o Triumvirat, no início de carreira, executava músicas de sucesso de bandas como The Nice e Emerson, Lake and Palmer. O nome da banda surgiu do fato de seus fundadores e músicos serem três: o tecladista Hans-Jürgen Fritz, o baterista Hans Bathelt e o baixista Werner “Dick” Frangenberg.

Chamada de ELP alemão ou clone ELP, a banda tinha como diferencial a virtuosidade clássica de Fritz nos teclados e sintetizadores, criticado muitas vezes por repetir tudo que seu ídolo, Keith Emerson, fazia. Apesar disso, o músico tinha muito mais a oferecer que uma cópia das bandas da época.

Assim que a década de 1970 começou, o grupo enviou uma fita demo para a EMI Records em Colônia e assinou um contrato. Pouco tempo depois, iniciaram as gravações de seu primeiro álbum, Mediterranean Tales, lançado em 1972, com Jürgen Fritz (órgão, piano elétrico, sintetizador, percussão e vocal), Hans Bathelt (bateria e percussão) e Hans Pape (vocal principal e contrabaixo), que substituiu Frangenberg.

Dois anos após o lançamento desse primeiro álbum, o baixista Hans Pape, pouco entusiasmado, resolveu abandonar o grupo. Para seu lugar, Fritz chamou seu primo, Helmut Köllen. Sua adesão elevou ainda mais a qualidade da banda, principalmente se comparada às outras do movimento progressivo alemão. Köllen era multi-instrumentista, dono de belíssima voz e de criatividade singular.

Essa formação – Jürgen Fritz, Hans Bathelt e Helmut Köllen – foi a mais longa da banda: durou dois álbuns. Depois de tocar em alguns festivais alemães no ano de 1973, o grupo foi novamente para  o estúdio e lançou, no ano seguinte, um dos mais icônicos álbuns do rock progressivo: Illusions on a Double Dimple.

A EMI alemã enviou uma cópia do álbum para a Capitol  Records que se interessou pelo grupo e o lançou nos Estados Unidos, com uma turnê do Triumvirat pelo país abrindo os shows de outro ícone da época, o Fleetwood Mac. Um ano depois, foi lançado Spartacus, o álbum mais conhecido da banda, já gravado nos Estados Unidos e considerado por muitos um clássico do rock progressivo.

Vivendo na América e desfrutando o sucesso do álbum Spartacus, Helmut Koellen anunciou que estava saindo da banda e iniciando sua carreira solo, apenas dois dias antes da gravação do novo disco. Isso levou o Triumvirat a procurar, com muita dificuldade, por um substituto (Koellen acabou morrendo após a gravação de seu primeiro álbumsolo, envenenado por monóxido de carbono enquanto escutava as faixas do novo trabalho no toca-fitas de seu carro, funcionando, estacionado na garagem).

Fritz e Bathelt procuravam por um baixista e recrutaram o americano Doug Fieger, mas a EMI desejava que eles voltassem e gravar o novo álbum na Alemanha. Com sessões canceladas e sem material escrito, Fieder se cansou e deixou a banda, fundando posteriormente o grupo The Knack. O Triumvirat, então, recrutou novamente Werner Frangenberg e o cantor Barry Palmer, que vivia na Alemanha, para o primeiro lançamento do grupo como quarteto.

 

O novo Triumvirat

Old Loves Die Hard reflete o período ruim pelo qual a banda estava passando. Talvez seja o álbum  menos interessante do Truimvirat até então, sem conexões evidentes entre as músicas. Por outro lado, as gravações ocorreram nos estúdios da EMI Electrola e este é o álbum mais bem produzido da banda.

Triumvirat Old Loves Die Hard USAIllusions on a Double Dimple, Spartacus e Old Loves Die Hard compõe a chamada “trilogia do rato”, por conta da presença desse animal em suas capas. Na Europa e no Brasil, a capa de Old Loves Die Hard traz o nome do grupo e do álbum em letras góticas, com um quase imperceptível rato na  arte inferior. Já na edição norte-americana, há um rato visto por uma lupa.

O disco traz o extraordinário Jurgen Fritz em grande forma com sua marca registrada repleta de influências do ELP, dedicando-se principalmente ao piano acústico e ao sintetizador Moog. Apesar disso, o tecladista opta por um estilo mais direto em várias faixas em que o vocal é o centro das atenções, como “I Believe” e a faixa-título, o que é obviamente válido para as características vocais do recém-chegado Barry Palmer, mesmo que isso valesse críticas de fãs mais antigos.

Um dos pontos altos do álbum é a suíte “A Day in a life”, dividida em três partes. “Uranus’ Dawn” é mais contemplativa, ao passo que, em “Pisces At Noon”, Fritz destila sua técnica pianística, desembocando em “Panorama Dusk”, em que a banda tem papel relevante.

 

Depois desse álbum, o Triumvirat passou por uma série de modificações de formação e, após mais três discos (PompeiiA La Carte e Russian Roulette), encerrou as atividades em 1980. Em 1999, Jürgen Fritz tentou reavivar o grupo se reunindo com o baterista Curt Cress, e, em 2002, gravou o álbum Website Story com Stevens Grant e John Miles, que nenhuma gravadora se dispôs a lançar.

O tecladista vive na Alemanha e compõe trilhas sonoras para o cinema e a TV daquele país.

 

Para ver a partitura completa para teclados de “A Day In A Life” transcrita por Renato Moogacesse gratuitamente a edição 46 da revista digital Teclas & Afins!

 



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