Tecladista e vocalista da banda inglesa Fleetwood Mac escreveu seu nome na história da música graças a seu estilo único
A cantora e tecladista Christine McVie, famosa por ter sido uma das integrantes da formação mais bem-sucedida do Fleetwood Mac, morreu aos 79 anos, de causas não divulgadas, no fim de novembro. Nascida em 12 de julho de 1943, em Bouth, Inglaterra, como Anne Christine Perfect, começou sua carreira ainda na década de 1960, com a banda Chicken Shack, com quem gravou dois álbuns antes de entrar para o Fleetwood Mac – fundada por seu marido, o baixista John McVie – em 1970.
Como membro da banda, foi introduzida no Rock and Roll Hall of Fame junto com seus companheiros Mick Fleetwood, John McVie, Stevie Nicks e Lindsey Buckingham em 1998. Neta de um organista da Abadia de Westminster e filha de um violonista de concertos e de uma médium, Christine começou a tocar piano com quatro anos de idade. Estudou os clássicos até os 15 anos, quando seu gosto musical mudou radicalmente para o rock-and-roll, ao ouvir um disco de Fats Domino que seu irmão mais velho, John, levou para casa.
Estudou escultura em Birmingham por cinco anos, ao mesmo tempo em que praticava piano. Ao encontrar dois amigos num pub, Stan Webber e Andy Silvester, foi convidada a se juntar a banda deles, chamada Sounds Of Blue. Durante algum tempo também cantou com Spencer Davis, mais tarde fundador do The Spencer Davis Group, de quem foi namorada.
Depois de se formar, Christine descobriu não ter dinheiro para se lançar na carreira de artista plástica e decidiu mudar-se para Londres, onde trabalhou como vitrinista de lojas de departamentos. Em 1967, soube que seus ex-companheiros de banda, Webb e Silvester, estavam formando uma nova banda de blues, chamada Chicken Shack, e procuravam por um pianista. Ela pediu pela vaga e foi convidada a se juntar ao grupo como tecladista e vocalista de apoio. Gravaram dois álbuns, em que sua paixão pelo blues é evidente, não apenas pela maneira como tocava piano mas também pela maneira como cantava. Em 1969, ela recebeu da revista Melody Maker, o prêmio de vocalista feminina do ano.
Fleetwood Mac
Em 1969, Christine conheceu John McVie, baixista do Fleetwood Mac, banda da qual era fã e que por diversas vezes se apresentava em conjunto em turnês pela Inglaterra, tocando pelo Shaks. Os dois se apaixonaram, se casaram e ela deixou o Shaks para ficar perto do marido, passando um tempo apenas como dona de casa, abandonando a música. Logo depois, foi convidada a entrar para o Mac, com a saída do guitarrista e fundador Peter Green.
O começo dos anos 70 foi difícil para o Fleetwood Mac, que gravou apenas dois discos sem fazer nenhum sucesso. Em 1974, com relutância, Christine concordou em seguir o marido John, Mick Fleetwood e o restante da banda para os Estados Unidos, tentando um recomeço. Na Califórnia, dois norte-americanos, Stevie Nicks e Lindsey Buckingham, integraram-se aos McVie e a Fleetwood, e o resultado foi o álbum Fleetwood Mac, de 1975, que alcançou o primeiro lugar das paradas, angariou a simpatia da crítica e transformou o grupo em superestrelas do rock. Duas músicas escritas por Christine para o disco alcançaram o top 20 como singles.
Em 1976, durante as gravações de Rumours, o próximo álbum do Mac e que se tornaria sua obra-prima e um dos álbuns mais vendidos de todos os tempos, o casamento dos McVie começou a se deteriorar, levando ao divórcio. Seu caso amoroso com o iluminador dos shows da banda, que ocorria na mesma época, contribuiu para que o clima em que o disco foi gravado fosse extremamente pesado e emocional, o que resultou nas músicas que o compõem. Para Rumours, McVie compõs “You Make Loving Fun”, para o então namorado, e o maior sucesso, “Don’t Stop” em desagravo ao marido de quem se separava.
Mas a principal contribuição de Christine para o álbum foi a bela “Songbird”, que compôs no meio da madrugada e gravou sozinha na manhã seguinte. “Eu tinha um pequeno piano elétrico ao lado da minha cama e acordei uma noite por volta das 3h30 e comecei a tocá-lo. Letra e música ficaram prontas em cerca de 30 minutos”, ela contava. “Foi como um presente dos céus, mas eu não tinha como gravá-la. Temi que fosse esquecê-la caso dormisse. Então voltei para a cama e me mantive acordada. No dia seguinte, entrei no estúdio tremendo porque eu sabia que era algo especial. Pedi ao Ken, (Caillat, coprodutor/engenheiro de som de ‘Rumours’ e pai da cantora pop Colbie Caillat) para que ligasse o gravador de dois canais porque queria gravar essa música o quanto antes!”.
Rumors ganhou o Grammy de Álbum do Ano em 1978 e vendeu mais de 40 milhões de cópias, fazendo do Fleetwood Mac um dos grupos mais populares de todos os tempos nos Estados Unidos e mais de 54,5 milhões de álbuns vendidos. Após o álbum seguinte, o duplo Tusk, de 1979, o Fleetwood Mac se separou, voltando a se reunir apenas em 1981, para a gravação do álbum Mirage, feita no Château d’Hérouville, na França. Lançado em 1982, ele colocou o Fleetwood Mac novamente no topo das paradas e um de seus singles de sucesso foi “Hold Me”, coautoria dela, cuja inspiração foi sua então tortuosa relação com o baterista dos Beach Boys, Dennis Wilson.
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