Quantos de nós, intérpretes de instrumentos de teclado, já não nos perguntamos como seriam os teclados mais antigos em seus estágios de desenvolvimento, e como se estabeleceu o design de doze notas, entre pretas e brancas, dominante nesses instrumentos?
Esta série de matérias tem o intuito de apresentar os diversos episódios que compõem a “linha de montagem” histórica das teclas, desde seus princípios até o fim do período barroco na música (marcado pela morte de J.S.Bach em 1750), quando é criado um dos mais importantes instrumentos de teclado, o piano.
E por que olhar para o passado? Talvez porque o passado possa nos dizer muito a respeito de nosso pensamento atual, especialmente por meio da música, pois esta é fruto do pensamento de sua época. Pois o que a música atual teria de melhor que aquela dos séculos passados, cada uma em seu próprio tempo? O que podemos admitir é que, na cronologia dos períodos históricos da música, mudanças estéticas sempre se desenharam em contraste ao período prévio, questão esta que tem sido revisada em detalhes pela musicologia desde o início do século 20, colocando em perspectiva as razões para tais mudanças, desde o esgotamento das tendências estéticas históricas per se até a influência de grandes acontecimentos históricos ou, por que não, mesmo o desenvolvimento de novos instrumentos.
Definindo o teclado
A tecla é um acessório mecânico movido pelo toque do dedo. O princípio de seu mecanismo é a alavanca – precursor legítimo da tecla – que em instrumentos musicais pode ter ação direta (como na escaleta ou em instrumentos antigos como o clavicórdio, hurdy-gurdy e o regal) ou indireta, por mecanismos subsidiários diversos (em instrumentos como o piano, o cravo, e até mesmo o carrilhão).
As teclas são feitas geralmente de madeira, com acabamento e dimensões variáveis dependendo do instrumento ao qual está acoplado. Os instrumentos de teclado podem ser agrupados segundo a classificação descrita por Hornbostel e Sachs (1914), com base em seu princípio de produção sonora por vibração do ar: pelo fluxo de ar (aerofones); pela vibração da corda (cordofones); ou pela vibração do metal (idiofones). A classe dos membranofones não possui representantes com teclas, e a classe dos instrumentos elétricos ou mecânicos não é abrangida no período aqui abordado.
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