Jon Lord – O pioneiro da fusão


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Jon Lord deixou sua marca, principalmente, como integrante de uma das bandas mais emblemáticas da história do rock ‘n’ roll, o Deep Purple, mas sua atuação e importância ultrapassam em muito essa fronteira.


Todos aqueles que se dedicam ao estudo da música, principalmente dos instrumentos de teclas, são apreciadores, fãs fervorosos ou, no mínimo, curiosos a respeito deste ícone, Jon Lord. E, de uma forma ou de outra, já tiveram contato com sua obra.

Jonathan Douglas Lord nasceu em Leicester, em 9 de junho de 1941, filho de um saxofonista amador. Estudou piano erudito dos 5 aos 17 anos, tendo como primeiro professor Frederick Alt.

Esses estudos lhe municiaram de uma forte influência erudita, utilizada por ele em toda a carreira. Composições, arranjos, solos ao órgão, piano ou teclados eletrônicos sempre tiveram a marca da música de concerto. Em 1960, se interessou por teatro e mudou-se para Londres, ingressando na Central School of Speech and Drama, onde garantiu uma bolsa de estudos.

Participou de grupos de teatro amador e do coral da escola antes de ingressar profissionalmente na música. Isso ocorreu somente em 1963, quando se juntou a Blood Red e seus Bluesicians e adquiriu seu primeiro órgão. No ano seguinte, ocupou o lugar de tecladista na banda Artwoods, liderada por Art Wood (irmão do futuro Rolling Stone Ronnie Wood), onde permaneceu por quatro anos – período em que o grupo lançou vários singles e EPs, e Lord se tornou um músico de estúdio muito procurado, tendo participado de gravações com nomes como Elton John, John Mayall, David Bowie, Jeff Beck e The Kinks (com “You Really Got Me”).


Deep Purple

O capitulo mais importante da vida de Jon Lord, no entanto, estava para começar. Sua história está fortemente atrelada à da banda Deep Purple. Considerado fundador de um dos mais importantes grupos de rock de todos os tempos, foi ele quem procurou Ritchie Blackmore com um vago projeto de formar uma banda. Os dois tinham em comum constantes trabalhos no meio musical de Londres, além de bebedeiras quando o trabalho era escasso.

O guitarrista, por sua vez, foi atrás de um baterista, colega das temporadas de Hamburgo, chamado Ian Paice. O próximo passo seria encontrar um baixista. Lord citou em algumas entrevistas que, na época, até pensou em tocar o baixo na pedaleira do órgão, como o Doors fazia, mas decidiu ficar livre pra improvisar usando o Hammond como teclado independente.

Por último, decidiram buscar por um cantor, pois o trio não primava pelos dotes vocais. Com um anúncio de jornal, encontraram Rod Evans (vocal) e Nicky Simper (contrabaixo), que completaram a primeira formação do Deep Purple, com duração de dois álbuns. No terceiro disco, quem assumiu os vocais foi Ian Gillan. Para o contrabaixo, a banda passou a contar com Roger Glover. Essa foi a formação mais idolatrada e bem-sucedida comercialmente na história do Deep Purple.

A banda teve outros integrantes, gravou dezenove álbuns, percorreu o mundo e teve vários sucessos emplacados nas rádios, além de angariar diversos prêmios e discos de ouro e platina. Jon Lord fez parte da banda de 1968 a 1976, ano em que o grupo resolveu interromper as atividades. Quando decidiram pelo retorno, em 1984, Lord assumiu novamente os teclados, permanecendo até 2002.


Outros trabalhos

Além do Deep Purple, Jon Lord integrou a banda Whitesnake – embora, posteriormente, tenha declarado que não se sentia como integrante, mas sim um músico de apoio, fato que não o incomodava. Mas é notável uma menor participação de seus teclados na banda, embora não menos importante.

Lord também tocou com alguns amigos como George Harrison (Troppo Gone, de 1982), David Gilmour (About Face, de 1983), Cozy Powell (Octopuss, de 1983), Alvin Lee (Detroit Diesel, de 1986) e, em 1985, fez uma breve aparição como membro do The Singing Rebels Band – que contou com Eric Clapton, George Harrison e Ringo Starr – no filme Water. Também excursionou como membro da banda Olympic Rock & Blues Circus, liderada por Pete York e com formação alternada de Miller Anderson, Tony Ashton, Brian Auger, Zoot Dinheiro, Colin Hodgkinson, Chris Farlowe e outros. A banda excursionou principalmente na Alemanha entre 1981 e 1989.


Carreira-solo

Jon Lord sempre teve trabalhos-solo paralelos às bandas. Em sua discografia, constam nada menos que 16 álbuns, três singles e uma compilação. Grande parte dessa produção era dedicada a músicas para banda e orquestra, em sua maioria misturando o erudito com o rock. Entre várias peças, se destaca o “Concerto para Grupo e Orquestra”, composto em 1969 e executado pela Royal Philarmonic Orchestra de Londres, conduzida por Malcom Arnold, e pelo Deep Purple, naquele mesmo ano.

Em 1999, quando o “Concerto” completou 30 anos, o Deep Purple voltou a executá-lo, no mesmo local, com a London Symphony Orchestra conduzida por Paul Mann, em dois concertos esgotados no Royal Albert Hall, gravados e lançados em CD e DVD para vendas, atingindo mais de 500 mil cópias. A banda saiu em turnê entre 1999 e 2000, tocando com orquestras do mundo inteiro, inclusive no Brasil (em 2009, este concerto foi executado por Lord com a Orquestra Sinfônica Municipal de São Paulo, conduzida pelo regente Rodrigo de Carvalho, na virada cultural).

Em 2002, Lord tomou, talvez, a mais difícil decisão de sua carreira, a de sair do Deep Purple, pois sentia grande necessidade de se dedicar ao trabalho solo.


“Em 2001, eu estava começando a perder o sono, não parava de pensar em como fazer as duas coisas correrem em paralelo: ficar no Deep Purple e ainda ter tempo para me concentrar e escrever o tipo de música que estava cada vez mais em meu coração. Foi a mais longa e difícil decisão da minha vida deixar a banda que eu tinha fundado e que tinha amado por quase 35 anos.”

Jon Lord

Jon Lord faleceu aos 71 anos de idade, no dia 16 de julho de 2012, em Londres, no Clinic Hospital, após sofrer uma embolia pulmonar.


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Cristiano Ribeiro

Pianista, tecladista, cantor, produtor e compositor, especialista em programações de sintetizadores, workstations e samplers em geral. Excursionou pela Europa e EUA acompanhando bandas e apresentando-se no formato solo. Atuou em renomadas bandas de diversos estilos, e, atualmente, é integrante da banda Rolls-Rock (http://rollsrock.com.br/). Acompanhou artistas como Altemar Dutra Jr, Beth Guzzo, Biafra, Cassio&Cassiano, Dom&Ravel, Lady Zú e outros. Compôs e arranjou trilhas para peças teatrais e grupos de dança. Produziu álbuns que vão desde o estilo gospel até musica circense.
http://soundcloud.com/cristiano ribeiro-2


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