Key tracking na síntese subtrativa


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Como variar a atuação do filtro no espectro do timbre usando o recurso “key tracking”, que possibilita obter sonoridades com características dinâmicas e, por causa disso, bem mais impactantes


Na síntese subtrativa, o objetivo fundamental do filtro é alterar o espectro de frequências e modificar a sonoridade da onda original que é gerada no oscilador. Dessa maneira, usando um filtro LP (lowpass ou passa-baixas) podemos suprimir parte dos harmônicos mais altos (agudos) de uma onda dente-de-serra, por exemplo, e conseguir um som menos “brilhante”. Por outro lado, ao aplicarmos a ressonância do filtro, conseguimos intensificar uma pequena porção de harmônicos do espectro, de tal forma a criar uma “sibilância” no som. Portanto, ajustando esses parâmetros, podemos obter uma sonoridade bem diferente da onda inicial produzida no oscilador.

Mas o que podemos conseguir com o filtro vai muito além do ajuste manual da frequência de corte (cutoff) e da ressonância. Embora esses dois parâmetros sejam a base do uso do filtro, determinando em grande medida a característica do som na saída, é pela maneira como eles são controlados que podemos obter “aquela” diferença no som.


Deslocando o filtro automaticamente – key tracking

Ao ajustarmos a frequência de corte de um filtro passa-baixas (LP) e, eventualmente, a intensidade de ressonância que ocorre nas proximidades daquela frequência, estabelecemos um ponto de partida, uma condição inicial para o novo timbre que estamos criando. Este é o passo fundamental no processo de elaboração de uma nova sonoridade, mas, quando dispomos também de recursos que podem ser alterados automaticamente conforme as notas que estão sendo executadas e, melhor ainda, no decorrer da sua execução, temos então um imenso potencial criativo.

O gráfico apresentado na Figura 1 mostra o espectro resultante de uma onda dente-de-serra, afinada na nota Lá2 (110Hz), depois de ser aplicada a um filtro LP de 24dB/ oitava, com frequência de corte (cutoff ) ajustada em cerca de 3kHz, e com uma pequena ressonância (resonance). Observe que as intensidades dos harmônicos decaem gradualmente a partir do ponto em 3kHz, onde ocorre uma pequena ênfase decorrente do leve ajuste de ressonância.

Na porção do espectro à esquerda da frequência de corte (3kHz), mais de vinte harmônicos permanecem inalterados. Agora observe, na Figura 2, o espectro resultante de outra onda dente-de-serra, porém afinada na nota Lá4 (440 Hz), depois de ser aplicada ao mesmo filtro ajustado nas mesmas condições.

Veja que as intensidades dos harmônicos também decaem gradualmente a partir de 3kHz, e existe a mesma pequena ênfase provocada pela ressonância. Mas, nesta nota Lá 4, são poucos os harmônicos que passam inalterados pelo filtro (cinco harmônicos), bem menos do que os cerca de vinte harmônicos na nota Lá2 da Figura 1. Isso acontece porque as componentes frequenciais (fundamental e seus harmônicos) da nota Lá4 estão quatro vezes acima (à direita) em relação às componentes de Lá2.


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Daniel Latorre

Daniel Latorre é referência do órgão Hammond no Brasil com carreira internacional, especializado em tocar o B-3 no jazz, blues, pop e rock. Estudou com organistas norte-americanos como Deacon Jones, aluno de Jimmy Smith e Reuben Wilson. Líder e compositor dos grupos musicais Hammond Grooves (www.hammondgrooves.com.br), Daniel Latorre ORGANization (www.daniel-latorre.com) e o organ trio Europeu Latorre-Krzemiński-Skolik (www.thespecialtrio.com). Entre jams, shows, workshops e gravações dividiu palcos com diversos artistas internacionais como Ian Paice (Deep Purple), Andy Summers (The Police), Graham Bonnet, John Pizzarelli, Ronnie Cuber, Aaron Spears e artistas/bandas brasileiras como Andreas Kisser, Paulo Zinner, Beto Lee, Caetano Veloso, Jota Quest, Ed Motta entre muitos outros. Latorre é especializado em restaurar profissionalmente os órgãos Hammond antigos e dá aulas de como tocar o instrumento.

instagram.com/daniel_latorre

 


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