O “monge louco”


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Reconhecido como um dos mais inventivos pianistas do jazz, Thelonious Monk atingiu tal originalidade que poucos conseguiram imitá-lo


Thelonious Monk é considerado um autêntico mestre da música norte-americana. Suas composições são citadas entre as mais importantes do repertório jazzístico e sua vida é tema para documentários, biografias, estudos, tributos e até a criação de um instituto em seu nome (que, infelizmente, foi rebatizado), para incentivo das novas gerações. E era essa sua intenção: dividir conhecimento e exigir, sempre, novidades em troca.


Biografia

Thelonious Sphere Monk nasceu em 10 de outubro de 1917, em Rocky Mount, na Carolina do Norte, Estados Unidos. Quando tinha quatro anos, sua família se mudou para Nova York. O menino logo se destacou como estudante, atleta e prodígio musical. Aprendeu trompete por algum tempo, mas suas atenções logo se voltaram ao piano. Aos nove, iniciou as aulas no novo instrumento. Ainda adolescente, já se apresentava em festas e igrejas e vencia concursos amadores.

Aos 18, Monk abandonou os estudos, pouco antes de se formar, para dedicar-se profissionalmente à música. Por dois anos, viajou e tocou com um líder religioso. Ao voltar, formou seu próprio quarteto e passou a se apresentar em bares e pequenos clubes de jazz.

Em 1941, o baterista Kenny Clark o contratou para a vaga de pianista no badalado clube Minton´s Playhouse, no Harlem. Esse, segundo os estudiosos, foi o local onde a “revolução” do bebop teve início. As longas jam sessions que ocorriam ao longo da madrugada reuniam a nata da nova geração do jazz. As inovações harmônicas de Monk muito auxiliaram essa revolução. E suas composições logo se tornaram as favoritas entre seus amigos músicos.


O início

Apesar de sua importante contribuição para o desenvolvimento do jazz moderno, Monk permaneceu desconhecido durante os anos 40 até o início dos 50. Em 1944, foi contratado por Coleman Hawkins e participou de sua primeira gravação. Inicialmente, tanto a crítica quanto os músicos foram hostis em relação ao som que produzia. Ainda assim, conseguiu seu primeiro contrato com a gravadora Blue Note, que, na época, era pequena. Sua primeira produção como líder aconteceu quando já tinha 30 anos de idade. Embora os álbuns de Monk pela Blue Note sejam considerados dos mais importantes em sua discografia, na época foram um fracasso comercial. As críticas ao seu estilo limitavam suas oportunidades de trabalho. Monk tinha que aceitar quaisquer que fossem as condições. Ainda assim, manteve-se fiel à sua visão musical.



Para piorar a situação financeira, em 1951 Monk teve sua permissão para tocar em clubes de jazz de Manhattan suspensa, por envolver-se com drogas, algo que, na verdade, não aconteceu. Nos seis anos seguintes, tocou, esporadicamente, em algumas apresentações e clubes em cidades vizinhas. Dedicou-se à composição e participou de gravações pela Prestige. Algumas delas, que incluíam Sonny Rollins, Miles Davis e Milt Jackson, foram consideradas memoráveis.

Em 1953, Monk cruzou o Atlântico pela primeira vez, para participar do Paris Jazz Festival. Ali, conheceu a baronesa Pannonica de Koenigswarter, membro da tradicional família inglesa de Rothschild e patrocinadora de vários jazzistas nova-iorquinos. Ela seria uma amiga muito próxima pelo resto de sua vida. Durante sua estadia na Europa, gravou seu primeiro disco-solo pelo selo Vogue. Esse álbum o estabeleceu como um dos mais criativos pianistas do século.


Brilliant Corners

Dois anos mais tarde, assinou contrato com uma nova gravadora, a Riverside, onde realizou uma série de discos considerados soberbos. Sua estreia pela Riverside foi uma gravação com o inovador baixista Oscar Pettiford e construída em volta de versões de Monk para músicas de Duke Ellington. O LP resultante, Thelonious Monk Plays Duke Ellington, foi preparado para levar Monk a um público maior e, assim, pavimentar o caminho para a aceitação de seu estilo único.

O álbum Brilliant Corners, de 1956, é lembrado como o primeiro sucesso de Monk e também sua obra-prima. Conta a história que a complexa música título (que trazia o lendário saxofonista tenor Sonny Rollins) foi tão difícil de executar que a versão final foi feita a partir de três takes diferentes.

Em 1957, conseguiu sua permissão para tocar em Manhattan de volta, e iniciou uma nova e bem-sucedida etapa em sua carreira. Ao lado de outro gênio, John Coltrane, tocou durante um bom tempo no Five Spot Café, reduto de talentos do jazz da época. Por suas colaborações com Coltrane, Johnny Griffin, Sonny Rollins, Art Blakey, Clark Terry e Gerry Mulligan, entre muitos outros, finalmente recebeu críticas positivas e passou a ser reconhecido e valorizado. Em 1962, assinou contrato com a maior gravadora da época, a Columbia Records. (Para ler a matéria completa e saber tudo sobre Theonious Monk, acesse gratuitamente a edição 61 da revista digital Teclas & Afins clicando aqui…)


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