Queen e “The Show Must Go On”

Gravada pela banda pouco antes da morte de Freddie Mercury, a canção é repleta de alusões e metáfoaras, tanto na letra quanto na harmonia

“The Show Must Go On” é uma canção da banda de rock britânica Queen, apresentada no álbum Innuendo, de 1991. A canção narra o esforço de Freddie Mercury, vocalista do grupo, e sua luta pela vida, embora seu diagnóstico de AIDS ainda não tivesse sido divulgado. Depois de ouvir John Deacon e Roger Taylor tocando a sequência de acordes que mais tarde seria a base para quase toda a música, Brian May, guitarrista do grupo, sentou-se com Mercury e os dois decidiram o tema da música e escreveram algumas partes da letra. May escreveu o resto, assim como a melodia, e adicionou uma ponte com uma sequência de acordes inspirada no “Canon” de Pachelbel.

Mercury estava tão doente durante as gravações da faixa, em 1990, que May tinha dúvidas se ele seria fisicamente capaz de cantar. Surpreendentemente, depois de consumir uma considerável quantidade de vodka, Mercury a gravou em apenas um take e conseguiu fazer uma impressionante e notável interpretação, talvez a melhor em seus últimos anos. May cantou a maioria dos backing vocals (incluindo a última linha) e tocou o sintetizador Korg M1, assim como a guitarra.

“The Show Must Go On” foi lançado como single, no Reino Unido, em outubro de 1991, apenas seis semanas antes de Mercury morrer. Após a morte do vocalista, a música voltou às paradas. Uma versão ao vivo, com Elton John nos vocais, foi registrada no álbum Greatest Hits III, do Queen. A canção foi regravada posteriormente por outras bandas: a argentina Helker (a preferida da maioria), a alemã Metalium e a sueca Divinefire, entre outras.

Arranjo de Rosana Giosa

A gravação original desta música é extensa e modula a parte A para um tom acima. Neste arranjo, essa modulação foi eliminada para torná-lo mais simples e pianístico. Em contrapartida, há um pequeno solo antes da parte C, que se repete quase igual no final da música. Interessante observar que o tema A tem um período musical de 7 compassos e não de 8, como é mais comum.

• Introdução – 7 compassos que acompanham o tema B, preparam a entrada do tema A;
• A1 – o tema se apresenta de forma simples. Repare que há notas comuns entre mãos direita e esquerda, porém elas devem ser tocadas com sonoridade diferentes: mais brilho na sonoridade do tema e mais discrição na sonoridade do acompanhamento;
• A2 – ele se repete, agora com 6as. agregadas à melodia;
• B1 – a levada da introdução vem então acompanhar o tema nesse momento, preenchendo mais dramaticamente a composição;
• B2 – a melodia vem acrescida de oitavas e acordes para aumentar ainda mais o clima nessa repetição;
• A3 – um solo simples e melódico de 7 compassos substitui o tema A;
• A4 – o solo em terças nos primeiros 4 compassos dá um peso maior e mais 4 compassos preparam a entrada da parte C;
• C – 6 compassos, meio inesperados, fazem uma nova melodia e volta à parte B;
• B1 e B2 – se repetem e se dirigem à Coda que, por sua vez, também repete o solo e termina o arranjo.

Rosana Giosa

Pianista de formação popular e erudita, vive uma intensa relação com a música dividindo seu trabalho entre apresentações, composições, aulas e publicações para piano popular. Pela sua Editora Som&Arte lançou quatro segmentos de livros: Iniciação para piano 1, 2 e 3; Método de Arranjo para Piano Popular 1, 2 e 3; Repertório para Piano Popular 1, 2 e 3; e Iniciação à Harmonia. Com seu TriOficial e outros músicos convidados lançou o CD Casa Amarela, com composições autorais. É professora de piano há vários anos e desse trabalho resultou a gravação de nove CDs com seus alunos: quatro CDs coletivos com a participação de músicos profissionais e seis CDs-solo. 
www.rosanagiosa.com.br

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