Produção musical além da repetição


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Aprender não significa apenas a aquisição de habilidades técnicas, mas também o desenvolvimento de aptidões como pensamento crítico, resolução de problemas e autoconsciência.


Muitas vezes nos vemos presos à ideia de que o estudo eficaz é simplesmente uma questão de repetição e memorização de conteúdos. A prática repetitiva seguramente faz parte do processo de fixação e desenvolvimento, no entanto, à medida que nos aprofundamos, percebemos que o verdadeiro aprendizado vai além de simplesmente saber qual tecla pressionar ou qual acorde tocar. Ela reside na compreensão profunda do sentido aplicado por trás de cada nota, de cada técnica, de cada decisão
em nossa arte.

É nesse contexto que surge o método autodirigido, uma abordagem revolucionária que coloca o estudante no centro do processo de aprendizagem, capacitando-o a explorar e a desenvolver suas habilidades “por conta própria”. Ao contrário dos métodos tradicionais, que muitas vezes se baseiam na repetição mecânica de exercícios e na fixação de conteúdos pré-determinados, o método autodirigido enfatiza a importância de apresentar aos alunos o sentido aplicado de cada estudo.


Aprendizado

Podemos estudar (e aprender) de três formas (métodos): autodirigida, autodidata e escolarizada. Enquanto o método autodidata pode oferecer liberdade e flexibilidade, muitas vezes carece de orientação especializada e estrutura adequada, limitando por vezes a evolução ou mesmo tornando essa evolução tardia. Por outro lado, o método escolarizado proporciona um ambiente de aprendizagem formal e estruturado, mas pode limitar a autonomia e a criatividade do aluno.

Uma das vantagens do método autodirigido é que em vez de simplesmente ensinar aos estudantes o que fazer, os capacita a entender o porquê por trás de cada ação. É muito comum, por exemplo, escutar que ensinar produção musical – ou melhor, processos de produção musical como a mixagem e a masterização – é uma tarefa difícil, porque, como em qualquer arte, não se ensina o que a experiência gera em cada um. E isso não tem como ser mapeado, formatado, estruturado e entregue em uma apostila. Isso não significa que o mundo está todo errado e que os cursos de arte são um engano, ao contrário! No entanto, precisamos entender que o ensino da arte deve ser um princípio e não um fim, o que significa dizer, a meu ver, que ninguém se forma em música e sim se forma em capacidades técnicas musicais.

Figura 1

Um dos mais difíceis tópicos a serem trabalhados em uma aula de mixagem é explicar o compressor, desde seu objetivo até seu efeito dentro do processo. Entender os comandos de um compressor é relativamente simples: sabemos que o Threshold determina a partir de qual nível de volume ele irá começar a atuar; o Ratio é a taxa de compressão proporcional; o Attack determina o tempo a partir do qual ele começa a atuar; o Release, controla quanto tempo o compressor leva para parar de reduzir o volume após o sinal retornar abaixo do limite definido pelo threshold; o Gain, ou Makeup Gain, compensa possíveis baixas de volume geral provocada pelo compressor; o Knee determina a suavidade ou a dureza da transição entre o sinal abaixo e acima do limite definido pelo threshold; e Sidechain permite que um sinal externo seja usado para controlar a compressão do sinal principal.

Até aqui, foi tranquilo! Podemos demonstrar, como no gráfico da Figura 1, o resultado do processamento de forma totalmente inteligível. Mas, o que isso faz com o áudio específico que acabei de gravar e estou trabalhando? Precisa de compressão? Quanto de compressão? É dinâmico o suficiente para precisar automatizar a compressão? O que significa dizer que a compressão ajuda a moldar o áudio e “colar” aquele áudio na música? Qual a onda perfeita resultante que meu compressor deve estar configurado para fornecer? E as perguntas não param…

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Wagner Cappia

Pianista, sócio-diretor do Conservatório Ever Dream (Instituto Musical Ever Dream), tecladista, compositor e arranjador da banda Eve Desire e sócio proprietário e responsável técnico do estúdio YourTrack. Músico envolvido na cena metal, procura misturas de estilos que vão desde sua origem natural na música erudita até a música contemporânea, mesclando elementos clássicos e de ambiente em suas composições. Especialista em tecnologia musical, performance ao vivo para tecladistas, coaching para bandas, professor de piano, teclado e áudio.
www.cappia.com.br

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