“Years of Solitude”, por Rosana Giosa

A composição do argentino Astor Piazzolla, uma das mais marcantes de seu repertório e destaque do álbum em que foi registrada, em arranjo para piano solo

O argentino Astor Piazzolla (1921-1992) é um dos mais consagrados músicos de toda a América Latina. Compositor, arranjador e bandoneonista, foi um grande renovador da música do seu país, sobretudo com suas estilizações do tango. Suas criações e interpretações inovadoras fizeram-no respeitado no campo da música popular, do jazz e da música sinfônica, estilos aos quais se dedicou, tendo atuado ao lado de músicos e orquestras de grande prestígio internacional.

No entanto, durante muito tempo, teve detratores em seu próprio país, sobretudo no que se refere ao tango, pois inovou justamente no gênero considerado referência da identidade argentina, e que, portanto, para muitos, deveria ser intocado. Quando os mais ortodoxos, durante a década de 1960, bradaram que a música dele não era de fato tango, Piazzolla respondia-lhes que era música contemporânea de Buenos Aires. Para seus seguidores e apreciadores, essa música certamente representava melhor a imagem da metrópole argentina.

Já consagrado, Piazzolla registrou “Years of Solitude” no álbum Summit, gravado na Itália, em 1974, resultado do encontro entre o bandoneonista argentino e o saxofonista norte-americano Gerry Mulligan, considerado um dos mais destacados integrantes da cena musical mundial à época. As sessões não foram das mais amigáveis, pois Piazzolla irritou-se com o fato de o saxofonista não saber ler música e achou horrendas as composições feitas pelo parceiro. “Years of Solitude” (“Años de Soledad”) é, provavelmente, a faixa mais impactante do disco, com uma performance altamente emocional da banda no seu conjunto e dos solistas em particular.

Os comentários e a partitura do arranjo para piano de Rosana Giosa estão na edição 93 de Teclas & afins, que você acessa clicando aqui!

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